Youtube faz hoje sete anos

Abril 23, 2012

O primeiro vídeo do Youtube faz hoje sete anos. Em menos de uma década, o portal de partilha de vídeos conseguiu mudar a Internet…e não só. Dois amigos vão ao zoo. Um decide pegar numa câmara de filmar e gravar o outro a falar dos elefantes, num comentário jocoso. Um vídeo de um passeio não ficaria, normalmente, para a história, mas este registo já foi visto mais de sete milhões de vezes. Porquê?  “Me at the Zoo” é o mais antigo vídeo publicado no Youtube e, há 7 anos, e com apenas 19 segundos, conseguiu fazer história. Talvez os criadores do site não se apercebessem na altura, mas estavam, com este primeiro vídeo, prestes a mudar o mundo. O Youtube, em menos de uma década, revolucionou a forma como partilhamos o dia-a-dia, como descobrimos artistas ou nos divertimos online, como (não) vemos televisão ou até como vivemos revoluções. Hoje em dia, se um acontecimento não tem um vídeo relacionado no Youtube, não existe. Um artista já não faz um vídeo para a MTV, mas para ganhar “cliques” e “gostos” na rede. Os debates políticos e o apelo ao voto passam pela Internet. Até a publicidade teve de se reinventar para atrair consumidores. Por lá, os utilizadores podem aprender a cozinhar, ver vídeos de gatos ou comentar os vestidos dos Óscares, mas também assistir a casamentos reais em direto ou ver um concerto ao vivo…a partir de casa.  Autênticos fenómenos de popularidade nasceram no Youtube, como é o caso de Justin Bieber, Rebecca Black ou o “nyan cat”. No caso português, a vida de Hélio Imaginário ou de Paulo Futre seria, certamente, diferente sem o Youtube. Mas o Youtube vai para além do entretenimento. Um comentário, um “gosto” ou uma partilha podem mudar a vida de uma pessoa ou até servir para demonstrar solidariedade para com uma nação inteira. Este portal serviu de rastilho para revoluções e manifestações, mas é, igualmente, espaço de denúncia de casos de racismo, tráfico humano ou homofobia e bullying. As potencialidades do Youtube só se esgotam onde se esgota a imaginação humana. E, se não está no Youtube, é porque não aconteceu. Ou não interessa.

in Jornal de Notícias