O Metropolitano de Lisboa comemora hoje 50 anos, um percurso assinalado com um “espírito de dever cumprido” depois de a mais movimentada rede ferroviária do país ter sextuplicado a sua extensão, aumentando 12 vezes o número de passageiros. Décimo quarto na Europa e vigésimo quinto no mundo, o Metro de Lisboa foi inaugurado a 29 de Dezembro de 1959, noventa e seis anos depois da abertura do metro londrino, o primeiro a ser concebido. O primeiro projecto português de um sistema de caminhos-de-ferro subterrâneo tinha sido publicado no século anterior, mas a sociedade gestora foi criada apenas em 1948, impulsionada pela retoma da economia e pelas políticas de electrificação posteriores à II Guerra Mundial. A rede abriu ao público com 11 estações, 6,5 quilómetros de extensão e uma única linha em forma de Y, constituída pelos troços Sete Rios-Rotunda (Marquês de Pombal) e Entrecampos-Rotunda, que confluíam no troço comum Rotunda-Restauradores. No primeiro ano, registaram-se 15,3 milhões de passageiros, mas, meio século depois, os números mostram como “a criança se tornou num homem maduro”. “O Metro soube impor-se na cidade. Foi um sistema que se estranhou quando foi instalado, mas cresceu, aumentou 12 vezes o número de passageiros e hoje transporta cerca de 180 milhões por ano”, diz o presidente da empresa, Joaquim Reis. O responsável sublinha que o Metro, agora com 52 estações, quatro linhas e 39,6 quilómetros, é o sistema ferroviário português que mais pessoas transporta e tem um impacto “incontornável“ na Área Metropolitana de Lisboa, factores que ditam o ambiente de celebração do aniversário: “Acho que o espírito é de dever cumprido e de orgulho”. Joaquim Reis explicou que a empresa pública está a investir menos de 100 mil euros – a “última actualização” rondava os 76 mil euros – nas comemorações, que já incluíram, desde Novembro, o lançamento do clube infantil Metrox e a apresentação de duas mascotes, animações em estações e comboios, um concurso de fotografia para os trabalhadores e a abertura de uma exposição em carruagens antigas, patente na estação de Alvalade. Hoje serão distribuídas lembranças aos passageiros e haverá música a animar o Metro. Segundo a empresa, haverá ainda outras iniciativas até ao final do primeiro semestre de 2010: mais uma exposição de fotografias, uma maratona fotográfica para jovens, um concurso de bandas musicais nas estações e a campanha “Queres andar um ano de metro sem pagar?”, projecto que vai distinguir 50 estudantes do 9 ao 12 anos e titulares do cartão 4-18 com melhor aproveitamento escolar e/ou maior utilização do Metro de Lisboa.
in LUSA
Exposição “50 Anos a Transportar Lisboa – Uma Viagem no Tempo”
Desde que foi inaugurado, a 29 de Dezembro de 1959, até aos dias de hoje, o Metropolitano de Lisboa mudou muito. Recordar como era nos anos 60 é o objectivo da exposição intitulada “50 anos a transportar Lisboa – Uma viagem no tempo” e foi montada nas duas primeiras carruagens “ML7” que circularam na rede do Metropolitano de Lisboa (ML) há 50 anos. As duas carruagens poderão ser visitadas na estação Alvalade, entre as 10 e as 19.30 horas, todos os dias, até 15 de Janeiro. Trata-se de mais um evento incluído nas comemorações para assinalar o 50º aniversário da inauguração do ML. Uma das atracções da exposição será o filme realizado por Artur Duarte, precisamente em 1959 – ano da entrada em funcionamento do ML – , e que serviu para explicar aos futuros clientes como funcionava e como utilizá-lo. O filme foi encomendado pelo administração do ML à Tóbis e foi exibido, no dia 15 de Novembro desse ano, nas salas do S. Luís, Alvalade, Tivoli, Condes, Éden e Monumental. No filme, Artur Agostinho servia de cicerone a um jovem casal, interpretado pela actriz estreante Gina Maio e o já falecido antigo jogador de futebol do Benfica Francisco Calado. Como complemento ao filme, a empresa distribuiu milhares de desdobráveis intitulados “Manual do Passageiro”, através do qual, com recurso a pequenos textos e imagens, explicava como interpretar a sinaléctica existente nas estações e nos comboios, como adquirir os bilhetes e que cuidados de segurança a ter. Durante a fase de obra, tinham também sido distribuídos uns folhetos intitulados “Manual do Mirone”, tal a curiosidade dos lisboetas face aos trabalhos de construção e o número de pessoas que diariamente espreitava pelas janelas feitas propositadamente nos tapumes dos estaleiros. Exemplares destes dois manuais estarão também expostos nas carruagens, bem como outros documentos originais, diversas fotografias que ilustram as várias fases pelas quais passou ML, o fardamento utilizado pelos funcionários e antigos equipamentos.
in Portugal Ferroviário